Olá amados, tudo bom? Como vocês sabem estamos escrevendo artigos sobre essa crise mundial ocasionada pelo coronavírus. Lemos e ouvimos muitas histórias de brasileiros “presos” em outros países, sem poder voltar para o Brasil por conta da pandemia.
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Hoje vamos falar de uma amiga em especial, que estava aqui na Noruega e já tinha se programado ir para a Holanda na sequência da viagem.
Ela se chama Érica, morou sete anos na Noruega e atualmente mora no Espírito Santo, Brasil. Ela e a família vieram para cá um pouco antes do governo anunciar as medidas para contenção do coronavírus.
O motivo da viagem era uma reunião de negócios do esposo dela, que trabalha no Brasil para uma empresa norueguesa sediada em Oslo. Embora já existissem notícias sobre o coronavírus, ainda não existiam medidas restritivas na Noruega e Holanda, os países que eles visitarariam.
A reunião presencial do marido da Érica, que seria em Oslo, foi trocada por uma reunião on-line, pois a empresa ficou preocupada com os funcionários que trabalham em diferentes países do mundo e estariam presentes.
Antes que você fale mal da decisão deles de viajarem, leia o artigo! Assim, não tem como não apoiar a decisão que tomaram em vir para cá. No final do artigo me responda: o que você teria feito? Adoraria saber sua opinião.
BT: Qual foi o motivo da viagem?
Érica: Já estávamos com a viagem marcada, tudo pago, passagens, hotéis, aluguel de carro, etc…Enfim, o roteiro todo montado e contra tudo e todos, corremos contra a maré. Já estavam falando em medidas que deveriam ser tomadas pelas autoridades norueguesas para a contenção do vírus, mas ainda nada oficial, portanto resolvemos embarcar.
E sabe porque? Porque temos dois filhos morando na Europa, são jovens, um com 21 anos e outro com 24. Sabe aquele coração, apertado, de mãe que nos disse que deveríamos prosseguir com nossos planos…O desejo de vê-los foi maior que a preocupação em nos contaminarmos… E assim viajamos apesar dos riscos.
BT: Como foi o início da viagem na Noruega?
Nos primeiros três dias da viagem pude andar tranquilamente pela cidade, restaurantes, transporte, escolas , shoppings funcionando…As pessoas se cumprimentavam a distância, álcool gel a disposição de todos…
No terceiro dia começou a mudar. Numa quinta feira a noite o governo lançou a quarentena total, fechou escolas, pediu para as pessoas trabalharem de suas casas. Fomos dormir no hotel sem saber como seria no dia seguinte, pois iriamos para o interior do país, onde nosso filho reside… Já pela manhã percebemos a mudança pois o restaurante onde tomamos o café da manhã já estava vazio. Foi permitido sentar, mas com uma distância mínima entre os hóspedes, deixando uma mesa vazia, e a comida tinha que já estar servida dentro de sacolas. Foi um baque.
Na quinta feira a noite ainda conseguimos um restaurante para jantar, mas as pessoas sempre mantendo uma certa distância. Na sexta acordamos e já tinha o saquinho com a comida na porta do quarto, pois o restaurante já estava fechado.
BT: Você saiu de Oslo até Bergen, onde seu filho mora. São 727km. Como foi essa viagem durante a pandemia de coronavírus?
Saímos cedo do hotel em direção ao aeroporto pois não sabíamos qual seria a situação dos voos e percebemos a mudança já na saída da cidade. Oslo estava deserta, o trem que vai para o aeroporto, que sempre é muito cheio, estava quase vazio. Foi uma cena muito triste.
O aeroporto, pelo contrário, estava lotado, era muita gente querendo sair do país, gente com esquis, e aquilo deu a impressão que as pessoas não estavam entendo a real situação, estavam achando que eram umas férias, estavam aproveitando para ir para as estações de esquis ou casas de inverno que chamam de hytas.
BT: Como foi sua estadia em Bergen?
O voo foi tranquilo, fomos para Bergen, no sul da Noruega, e estava muito tranquilo lá. Já tínhamos nos programado para passar apenas dois dias na cidade.O primeiro foi bom, mas o segundo foi complicado pois o governo anunciou o fechamento das fronteiras para contenção do coronavírus. Aí o pânico foi total.
O anúncio que as fronteiras iriam fechar foi feito no sábado a noite. Não poderiam mais entrar estrangeiros no país, somente noruegueses e estrangeiros com visto de residência. Ninguém poderia sair também até às 8h da manhã de segunda.
Em Bergen o esquema do hotel era o mesmo de Oslo, saquinho com a comida na porta do quarto pois os restaurantes estavam todos fechados por conta do coronavírus.
Já o aeroporto estava mais vazio, embora o voo que pegamos para Amsterdam totalmente lotado. Muitos idosos com uma carinha tipo “não estou acreditando que isso está acontecendo”. Eu fiquei preocupada com eles, pois sabia que todos faziam parte do grupo de risco, mas eles aparentemente estavam desacreditando nesse risco… Cara de quem estava saindo de viagem mesmo!
BT: Foi fácil conseguir voo para sair do país?
Fomos abençoados pois nosso voo já estava marcado para domingo e não foi cancelado.
BT: Como foi chegada na Holanda?
Tudo super tranquilo, nada fechado… A única coisa que vimos de diferente eram algumas pessoas usando máscaras.
Pegamos o carro alugado e dirigimos até a cidade onde meu filho mora, que fica no interior do país. Quando chegamos, meu filho avisou que o governo acabara de anunciar a quarentena lá também. Fechou tudo como na Noruega. Assim, já começamos a pensar no que faríamos pois tínhamos planejado ficar uma semana lá. As aulas do meu filho já seriam online.
BT: Vocês anteciparam a volta para o Brasil? Precisaram ajuda da Embaixada do Brasil em algum país?
Como vimos que as medidas, apesar de não serem tão restritivas quanto na Noruega, já tinham começado, entendemos que não tinha mais o porque ficarmos no país. Conseguimos antecipar nossas passagens facilmente e também conseguimos comprar para nosso filho, que voltou conosco para o Brasil.
Foi muito fácil pois nos antecipamos, imagino que se tivéssemos esperado seria mais complicado. Nossas passagens foram trocadas pelo nosso agente de turismo.
Não entramos em contato com nenhuma embaixada.
BT: Em algum aeroporto vocês foram orientados a respeito do coronavírus? Fizeram algum tipo de controle fora do normal?
Em nenhum dos vários aeroportos que passamos
BT: Como foi o voo de volta? Algum tipo de restrição?
Voo foi super tranquilo, mas todos muito assustados. Não estava muito cheio, pudemos ficar com duas poltronas para cada um. Isso facilitou para não termos contato tão próximo com os outros passageiros.
BT: Ao chegar no aeroporto no Brasil vocês tiveram alguma orientação? Foi exigido quarentena?
Em nenhum dos aeroportos que passamos nós fomos diretamente abordados.
Alguns anúncios falando sobre o coronavírus, falando sobre como usar álcool em gel e manter distância das pessoas mas, só isso… Quando sai de todos aeroportos ainda não era obrigatório a quarentena, apenas recomendado por escrito em alguns lugares que se tivéssemos algum sintoma nos mantivéssemos isolados…Repito, hora nenhuma fomos diretamente abordados por alguém.
BT: Você passou por dois países aqui na Europa antes de voltar… Qual você acha que estava/está melhor melhor preparado para enfrentar o coronavírus?
Muito difícil falar sobre isso pois estamos todos procurando uma resposta do que é melhor fazer nessa situação que estamos vivendo. Não consigo dizer pelo que vi quais estão mais certos, estamos todos na mesma situação, infelizmente.
BT: Vocês teriam feito a viagem mesmo sabendo de quão grave ficaria essa situação com o coronavírus?
Faria tudo novamente pois consegui ver os meus dois filhos e ainda trouxe o mais novo de volta. O mais velho está na casa da namorada, numa cidade pequena da Noruega.
O mais novo ficaria sozinho no campus da Universidade pois todos os outros alunos voltaram para suas casas com o cancelamento das aulas presenciais.
BT: Qual conselho você pode dar para quem ainda não conseguiu voltar? Ficar quietinho no país que está ou enfrentar a maratona de voos e tentar voltar para casa? Se arriscando a ter contato com uma pessoa infectada no meio do caminho.
Muito difícil dar conselhos, mas, usando a nossa situação como parâmetro, diria que ficar num outro país como turista – sem a nossa casa, sem recebermos salário na moeda do país… – diria para tentar voltar. Agora, se tem uma estrutura, se já mora no país, fica quieto e faça a quarentena. Se proteja e não enfrente as muitas horas de voo e volta depois quando esse caos passar.
E aí, o que acharam?
Eu totalmente entendo a Érica! Imagina como ficou o coração de mãe sabendo dos dois filhos sozinhos na Europa? Felizmente, tudo deu certo e a família está segura! E vocês? O que fariam?
Beijos da So! Cuidem-se! Muita saúde para todos!