Hoje contaremos histórias que aconteceram com nossa amiga Deborah durante suas viagens! A convidei para participar de mais uma publicação pois, além de muito querida e inteligente, a Deborah também tem excelentes histórias de viagens para contar!
Para você entender a história, não deixe de ler o primeiro artigo, onde contamos sobre a experiência da Deborah morando na Noruega e na Malásia! Esse de hoje será um pouco diferente: O que vocês lerem a seguir são as palavras da própria Deborah, como uma convidada do BT!
Como vocês sabem, o Brazilians Travel nasceu do desejo de trocar experiências, dicas e compartilhar o que há de mais legal no Brasil e mundo com os nossos leitores!
Por isso, vamos continuar nossa série por aqui! A #historiasdebrasileiros onde contamos sobre a vida de pessoas incríveis que se aventuram e fazem a diferença!
Paixão por viagens
Amo viajar, e nada se compara a conhecer novas culturas em locais diferentes. Super recomendo viajar com amigos, família, e também sozinha, porque as vezes não temos parceria para viajar, então devemos nos aventurar. Claro que para locais seguros… Viajar te proporcionará oportunidades de aprender sobre o mundo, às vezes sobre lugares que existem a mais de 1000 anos. Poder pisar ali e conhecer toda a história daquela civilização é extraordinário!
Já viajei muito sozinha, e isso me proporcionou conhecer pessoa dos 4 cantos do mundo.
Fiz grande amigas nessas viagens! Tenho uma amiga na França, cuja casa já fiquei hospedada. Outra amiga maravilhosa conheci em Barcelona, mas mora em Moscou. Foi minha guia e intérprete quando fui para lá.
Estou respondendo às suas perguntas entre um ilha e outra da Grécia, dentro de um barco que está nos levando para Mykonos.
Acabamos de passar por Santorini e lembrei que foi aqui que meu marido me pediu em casamento!! Ótimas lembranças pois foram as primeiras férias longas que tivemos depois de mudarmos para Oslo.
Pedido de Casamento em Santorini
Meu marido me pediu em casamento em 2015. Nossa viagem começaria pela Grécia e depois faríamos a Riviera Francesa de carro, terminando a viagem em Toulouse, onde mora uma amiga que conheci, também durante uma viagem!
Meu marido, na época namorado, pegou um anel meu para poder medir o tamanho do meu dedo, comprou o anel de noivado e o levou escondido na mala para a nossa viagem.
Ele não tinha um plano de em qual cidade pediria minha mão!
Ele gosta de espontaneidade, então não havia decidido qual seria o momento “certo”. Eu não desconfiava de nada, pois em outras viagens já havia pensado que ele me pediria, e não aconteceu, então estava relaxada!
Santorini é um dos lugares mais lindos do mundo, nós estávamos encantados com o lugar e ele percebeu que não poderia deixar passar o momento mágico. Pediu para jantarmos no quarto do hotel, que tinha vista para o pôr do sol, maravilhoso! Após o jantar ele ajoelhou, abriu a caixinha e me pediu em casamento. Eu disse mil vezes que sim, chorando muito de emoção, é claro!
Primeira Viagem Internacional aos 23 anos
Eu já tinha sido convidada por um ex namorado para tentar a vida no exterior, mas como sempre fui muito conservadora e responsável, e já ajudava os meus pais em casa, não sentia segurança nem coragem de largar tudo para tentar uma vida nova. Entretanto, essa ideia me fascinava! Sempre estudei inglês sozinha de tanto que eu queria morar fora, desde criança.
Então, já com 23 anos, tirei um mês de férias no banco em que eu trabalhava e fui estudar inglês em Londres, esse era meu sonho! Esse fascínio vem por causa do meu pai,que é músico, guitarrista, e super fã da música inglesa, como Beatles e Rollings Stones.
Não sou uma pessoa pontual e, nessa ocasião, perdi o primeiro voo em Curitiba, me colocaram num próximo voo.
Depois do susto no atraso de Curitiba, cheguei correndo no guichê da KLM no aeroporto de São Paulo e lá imprimiram para mim dois “bilhetes”, um de São Paulo para Amsterdã , e outro de Amsterdã para Londres. O problema é que ele (o atendente da KLM) não me avisou que eu precisaria reservar meu assento em Amsterdã, ele simplesmente me deu os dois bilhetes e o comprovante de bagagem até o meu destino final. E, como os dois bilhetes tinham as minhas informações, imaginei que estava tudo certo. Mas, na verdade, aquele bilhete da segunda viagem não valia, eu precisava fazer o check in e reimprimir o tickt lá em Amsterdã (algumas companhias ainda fazem desta forma, como a Emirates). Então, é preciso ter cuidado e prestar atenção se o check in está mesmo feito, se seu assento já está marcado.
Chegando em Amsterdã, tive várias horas para caminhar e conhecer todo o aeroporto. Mas, na hora de entrar no avião, a moça me avisou que eu não tinha o check in pronto e deveria procurar a cia aérea para fazer o procedimento. Fui correndo, desesperada até a cia, mas deu overbooking (excesso de reservas) e, como não havia feito check in, como deveria, outra pessoa fez no meu lugar. Tive que esperar mais 3 horas para pegar o próximo voo!
Quando cheguei em Londres, era para eu ter um transfer, uma pessoa me esperando no aeroporto. Mas, com a demora, cara ficou me esperando por horas e foi embora. Entretanto, no final deu tudo certo, consegui ligar para a agência e ele voltou para me buscar.
Intercâmbio em Londres
Fui através de uma agencia de intercâmbio de Curitiba e escolhi ficar na casa de uma família, uma senhora que recebia estudantes há mais de 20 anos.
Considero essa a melhor opção de hospedagem, porque você fica imerso na cultura, não será somente na escola que você aprenderá o inglês, em casa o “curso” continuará.
No contrato dizia que essa senhora morava sozinha, mas que eventualmente um filho de 19 anos poderia aparecer em casa e, como tinha mais quartos, eu já estava ciente que poderia ter outros intercambistas morando na mesma casa.
O filho estava morando lá e, além de mim, também tinha outro brasileiro hospedado lá, que estava terminando o intercâmbio dele. Foi legal porque ele estudava na mesma escola, íamos juntos, o que me ajudou a não ter que enfrentar o metrô enorme de Londres sozinha no primeiro dia.
Como conselho, que eu já havia pego nas dicas de viagens, sabia que não poderia deixar todas minhas libras guardadas no mesmo lugar. O brasileiro também já havia me avisado que eu deveria trancar a porta do quarto pois grana poderia sumir, não pela dona da casa, mas pelo filho dela.
Ao chegar da escola, realmente a grana que estava guardada num dos lugares havia sumido e eu, com medo por ser o início da viagem, fiquei quieta. Numa viagem que fiz depois disso, outra vez meu dinheiro sumiu, mas dessa eu fui chorando e contei para a Sra.
Segundo a dona da casa, foram trabalhadores que haviam ido lá mudar uma janela, e que poderiam ter levado o meu dinheiro. Ela, muito certinha, devolveu para mim a quantia que havia sumido. Acredito que tenha sido o filho dela, tadinha!
Fora essa situação, foram 30 dias maravilhosos, eu amei viver essa experiência de intercâmbio.
Tive vários perrengues, mas cresci muito nessa época como pessoa. Sempre fui muito mimada pelos meus pais e, na época, passei a me virar sozinha. Foi um grande desafio, aprendi mais num mês do que em anos de vida, sai da minha zona de conforto! É um aprendizado ímpar, recomendo a todos.
Segunda Viagem Internacional em 2012
Dois anos depois da primeira viagem, eu já trabalhava em outra empresa e estava fazendo MBA (Master of Business Administration, uma modalidade de pós graduação), e tinha como plano aperfeiçoar meu espanhol, já que eu já sabia o inglês.
Fui para a Espanha e resolvi fazer um itinerário usando somente uma companhia low cost (baixo custo), como a Ryanair e Easyjet. Achei voos baratos e fui conhecer várias cidades.
Comecei a viagem na Europa por Londres, foi maravilhoso porque foi na época das Olimpíadas! Passei também por Milão para rever amigos na cidade.
O destino final foi Barcelona, onde eu ficaria por mais tempo para estudar espanhol. Novamente fiquei hospedada na casa de uma família.
Sustos durante viagem à Barcelona
Antes de chegar na cidade já havia recebido conselhos quanto aos batedores de carteira, são muitos em Barcelona! Mas confesso que, provavelmente por na época morar no Brasil, onde estamos sempre alertas com a violência e criminalidade das ruas, por estar na Europa eu acabei relaxando e me desligando
Já no primeiro dia já, conheci várias brasileiras na escola e fomos para um bar juntas.
Na hora de voltar, pegamos um táxi. Fui a última a sair e pedi para ele parar um pouco antes de onde eu ficaria, porque estava super perto e eu queria economizar. Atravessei a rua em direção ao meu prédio e, do nada, surgiu um cara em uma bicicleta. Ele começou a pedalar devagar falando comigo. Nessa hora eu já estava com a minha chave nas mãos, então, quando cheguei na frente do prédio, sai correndo para entrar.
Entretanto, o cara foi rápido e não me deixou entrar no edifício. Comecei a gritar muito mas não tinha ninguém para me ajudar. Felizmente,em nenhum momento ele tocou em mim, mas começou a falar e me disse “Te pago 50 euros”. Nessa hora eu me acalmei e percebi que se se eu fosse legal com ele, conseguiria enrolá-lo
Com a chave na mão, fui conversando e tentando enrolar ele, que acreditou em mim e foi um pouco para trás com a bicicleta. No mesmo momento, dei um pulo e consegui entrar no prédio! Logo fechei a porta, eram dessas que não precisa chavear ela tranca por dentro, somente batendo. Subi voando para o apartamento e a vovozinha, dona da casa, ficou apavorada quando contei o que aconteceu. Recebi o conselho de não chegar tarde em casa, pois era muito perigoso.
O último dia de aula foi numa sexta, no sábado eu voltaria para o Brasil. Estava voltando da escola de metro, era cedo ainda, não tinha muita gente comigo. Eu estava com uma bolsinha bem pequena, daquelas que ficam atravessadas na frente do corpo. Dentro dela tinha minha câmera fotográfica e o cartão do metrô. Sendo o último dia, eu relaxei, a bolsa estava no lado do corpo, aberta, acredito. Eu estava com o celular na mão, descendo as escadas para a estação do metrô. Um homem jovem, bem vestido, desceu comigo, um pouco mais rápido que eu, mas não senti nada quando ele passou, somente senti a bolsa mais leve.
Foi muito rápido e estranho! Fui olhar e a câmera tinha sumido, mas como não vi nada, até pensei que tinha a havia deixado na escola, não imaginei que pudesse ter sido furtada!
Mas, somente poderia ser esse cara, que estava parado, esperando o trem, de frente para os trilhos. Pensei no que fazer…Só podia ser ele! Pensei nas fotos da minha viagem inteira, fiquei olhando se tinha algum policial por perto para conversar. Se eu gritasse, ele iria correr.
Pensei em lutar com ele para resgatar minha câmera, porque eu, naquela hora, já estava bem doida, tinha certeza que havia sido ele, que ele estava com minha câmera. Cheguei mais perto e vi no bolso de trás da calça dele um volume que parecia com minha amada câmera. Confesso que não pensei muito, simplesmente coloquei minha mão e puxei minha o que era meu! Nesse momento o metrô chegou, a porta abriu na nossa frente, eu olhei para ele e ele para mim. Não consegui falar nada. Simplesmente entrei no metrô e corri para trás, nos vagões. Lá dentro me senti mais segura, pois estava cheio de gente e ele não poderia me acusar de roubo, pois na câmera estavam as minhas fotos.
Mas, ele nem entrou no metrô! Ficou lá parado. A louca né? Que perigo! Lembro que eu tremia muito, mas tudo foi muito rápido, nem pensei. Assim que a tremedeira foi passando, olhei pra minha câmera e percebi que veio um papel grudado na bolsinha dela: era o cartão de metrô do ladrão! Final da história: usei o cartão de metrô do ladrão nas minhas últimas viagens por Barcelona! Pensei comigo “Isso que dá tentar roubar uma brasileira!” Rs
Somente contei essa história para meus pais quando cheguei ao Brasil. Eles, claro, ficaram apavorados pois o ladrão poderia estar armado e ter me machucado.
Mas, para mim, ficou como lição que eu não sou tão frágil. Sempre passei a imagem de alguém que precisava de cuidados, a menina que meus pais tinham que cuidar e fazer tudo por mim….No final eu acabei acreditando nisso também mas, não! Quando precisei agir, fui lá e resolvi. Não fiquei com medo, não sentei no chão e chorei. Tudo bem que fui um pouco maluca, pois sempre temos que ter cuidado e não reagir a um assalto, por exemplo. Tive sorte de nas duas vezes não acontecer nada comigo.
Também serviu de ensinamento que sempre devemos estar alertas quando estamos viajando, e isso vale para qualquer cidade do mundo, mesmo que digam que a cidade é tranquila, os cuidados devem ser como regras, devemos sempre ter atenção aos nossos pertences, aos arredores e principalmente mulheres devem evitar andarem sozinhas à noite.
Aprendi e cresci muito com minhas viagens. Descobri que só sabemos o quão corajosos somos quando precisamos ser. E também que tenho um anjo da guarda forte! 🙂 Mas riscos estão em todos os lugares, infelizmente. Não podemos deixar que o medo nos impeça de viver, de fazer o que amamos. E viajar é uma das coisas que eu mais amo fazer, que me faz sentir viva e me proporciona inúmeras histórias incríveis!
E aí, o que acharam?
Gostaram das histórias da Deborah? Eu a conheço pessoalmente, acho uma querida e amo ouvir as aventuras dela, com certeza poderíamos escrever mais 100 artigos das inúmeras viagens que ela fez! E porquê não?
Comentem me contando o que acharam e, se tiverem aventuras para nos contar, escreva para mim! Adoraria escrever sobre você, que está lendo, e tem uma história interessante para contar.
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Beijos da So! Vejo vocês na nossa próxima viagem